“O que a gente quer? A gente quer que as pessoas se cuidem”, diz técnica de Enfermagem
Só quem está trabalhando na linha de frente no combate à Covid-19 sabe o sofrimento que esta doença provoca. Por isso, esses profissionais fazem um apelo: se puder, fique em casa. A técnica em Enfermagem do Hospital de Caridade de Canguçu (HCC), Renata Cardoso, é uma das profissionais que acompanhou o início da pandemia, viu […]
Só quem está trabalhando na linha de frente no combate à Covid-19 sabe o sofrimento que esta doença provoca. Por isso, esses profissionais fazem um apelo: se puder, fique em casa.
A técnica em Enfermagem do Hospital de Caridade de Canguçu (HCC), Renata Cardoso, é uma das profissionais que acompanhou o início da pandemia, viu o cenário dar sinas de que iria melhorar nos últimos meses do ano passado e, agora, vê a contaminação voltar com força total.
“Esse vírus está mais agressivo, temos vários pacientes internados em estado grave. O que a gente quer? A gente quer que as pessoas se cuidem”, enfatiza Renata.
Conforme a profissional, o que chama atenção neste momento são os casos de pessoas mais jovens que estão internadas na ala Covid do HCC.
“Temos muitos pacientes de 30, 40, 50 anos que estão passando por momentos muito difíceis. Eu fico muito abalada quando temos que intubar um jovem, porque isso nos mostra que não é uma doença que atinge somente os idosos”, afirma.
Para Renata, a situação não precisaria ter chegado neste ponto, de esgotamento do serviço de saúde e de o Estado estar em bandeira preta, se houvesse conscientização.
“Eu trabalhei janeiro e fevereiro inteiros, enquanto muita gente estava na praia, comemorado. Faço plantões aos domingos. Passo quase 12 horas de máscara, paramentada, correndo para ajudar os pacientes. Daí, quando vou pra casa, vejo o Centro cheio de pessoas sem máscara. Isso é um desrespeito com os profissionais de saúde”, lamenta.
Além de evitar as aglomerações ser primordial para barrar o avanço da doença, a técnica em Enfermagem destaca que até mesmo os pequenos encontros de família devem ser evitados no momento.
“Eu ouvi vários relatos de pacientes internados dizendo: ‘Ah, eu fiz uma comemoração de aniversário, só gente da família’. Mas uma pessoa da família pode estar contaminada e contaminar todo o resto. Aniversários podem ser comemorados nos próximos anos, não agora”, orienta Renata.
Para a profissional de saúde, este último ano foi o mais desafiador de sua vida. Além do trabalho, que exigiu uma dose extra de dedicação, há o cansaço natural, a preocupação em não contaminar os filhos e a família, e todo o desgaste emocional de ver os pacientes passando por sofrimento e, em algumas situações, indo a óbito em decorrência da Covid.
“Apesar disso tudo, acho que foi um aprendizado, me tornei uma pessoa melhor. E recomendo que as pessoas deem mais valor para família, porque dinheiro não é tudo. E, neste momento, fiquem em casa e usem máscara, se for preciso sair. Enquanto a vacina não chegar para todos, precisamos nos cuidar”, recomenda.
BOX:
Para sua segurança, use máscara e fique em casa. O uso da máscara é fundamental para o controle da pandemia. O uso delas deve ser combinado com o distanciamento físico e a limpeza das mãos. A máscara é individual e não deve ser compartilhada com ninguém.
Além disso, deve cobrir o nariz e a boca e ser usada de forma permanente no rosto, ou seja, não deve ser manipulada para o queixo ou pendurada em uma das orelhas.
Já o distanciamento social é uma das medidas mais importantes e eficazes para reduzir o avanço da pandemia da Covid-19. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva, espirro, tosse, toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Esse vírus tem a capacidade de ser passado de uma pessoa infectada para outra, mesmo que ela não apresente nenhum sintoma. Nesse sentido, apenas a prevenção adequada com o distanciamento social, o uso de máscaras e correta higienização das mãos, pode nos proteger.
Fonte: Plural Comunicações
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