Conheça as lideranças femininas que marcam a história do Poder Legislativo de Canguçu
O 8 de março, dia Internacional da Mulher, marca a reivindicação de direitos e protagonismo da mulher nas esferas sociais. Por isso, a Câmara de Canguçu expõe sua homenagem a todas as canguçuenses desta terra e destaca as vereadoras que marcaram a história da Casa de Leis. A partir da emancipação de Canguçu da capital […]
O 8 de março, dia Internacional da Mulher, marca a reivindicação de direitos e protagonismo da mulher nas esferas sociais. Por isso, a Câmara de Canguçu expõe sua homenagem a todas as canguçuenses desta terra e destaca as vereadoras que marcaram a história da Casa de Leis.
A partir da emancipação de Canguçu da capital farroupilha Piratini, a Câmara Municipal de Canguçu elegeu em maio de 1857 os primeiros cinco vereadores. Nestes 165 anos desde a formação da primeira administração da Casa de Leis, somente seis mulheres ocuparam cadeiras no Legislativo, sendo três eleitas vereadoras titulares e três suplentes.
Olanda Bergmann Krolow
Determinando o início da trajetória feminina na Casa Legislativa, a pedagoga Olanda Bergmann Krolow, se tornou a primeira vereadora de Canguçu, tomando posse em 1992 como suplente do Partido da Frente Liberal (PFL), na atualidade conhecido como Democratas (DEM).
No ano 1988, a Constituição da República, instituiu igualdade jurídica entre homens e mulheres no Brasil. A partir disso, os partidos políticos do município foram em busca de mulheres para ingressarem nos grupos políticos e disputarem pleitos. Ao lado de Olanda Krolow, estiveram em campanha Gladis Goulart pelo Progressistas (PP) e Leni Morales pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
A educadora Olanda Krolow, explica que a política de 1988 era muito competitiva e que o cenário mudou bastante nos últimos anos, mas que a representatividade das mulheres na esfera política não acompanhou a evolução do tempo. “O pensamento das pessoas já mudou bastante, mas existe a falta de uma consciência política. Nós precisamos mudar isso, fazer com que as mulheres vejam que tem espaço e a nossa vez chegou”, disse.
Eloína Bubolz Bohm
Após 5 anos da passagem de Olanda, a psicóloga Eloína Bubolz Bohm, foi eleita a vereadora titular e suplente, cumprindo dois mandatos, o primeiro de 1997 a 2000, o segundo de 2001 a 2004 e suplente nas eleições de 2012. Sua candidatura ocorreu a convite do MDB, alcançando 758 votos na primeira eleição e ficando como a 4º mais votada do partido, dentre os 7 vereadores que lançaram campanha.
A ex-vereadora Eloína, relata que durante o mandato suas ações estavam muito voltadas para a comunidade, como o projeto “Desperta Mulher” que desenvolveu com o público feminino e suas famílias. “O objetivo era fazer com que as mulheres participassem mais da política, que elas soubessem qual o papel dos vereadores, de um deputado estadual, senador… fazer com que despertassem um interesse para acompanhar a trajetória política”, disse.
Mariza Helena Dias de Aquino Eslabão
Já a advogada Mariza Eslabão, tem uma caminhada memorável nos espaços de poder e decisão em Canguçu. Mariza é ex-vereadora em Canguçu, ocupando uma cadeira no Legislativo durante dois mandatos, o primeiro de 1997 a 2000 e o segundo de 2001 a 2004. Após sua passagem na Casa Leis, ela foi a primeira mulher vice-prefeita no município e exerceu por vezes o cargo de prefeita em Canguçu.
Com uma atuação na defesa dos direitos de servidores públicos, Mariza foi convidada inúmeras vezes pelo Partido Progressista (PP) para concorrer a vereadora e negou os pedidos recebidos em mais de uma oportunidade. Na véspera da Convenção Municipal do partido, ela recebeu a visita decisiva de duas lideranças e aceitou o pedido ao receber por sentir que teria a garantia de apoio para desenvolver sua campanha.
A ex-vereadora Mariza explica que após verificar na primeira campanha que estava eleita, ela pediu a Deus, que a permitisse não decepcionar as pessoas que acreditaram nela e vê isso como a coisa mais importante para um representante. “Vejo a possibilidade de participação das mulheres ampla e irrestrita para participar das decisões de poder como os homens e ser verdadeiramente representante. É um meio delicado que exige deliciar com muito sentimento de muita disputa e encontramos um ambiente que as pessoas usam de artifícios surpreendentes e até mesmo decepcionantes”, disse.
Gelcira Rodrigues Lopes
No dia 11 de agosto de 2014, a professora Gelcira Rodrigues Lopes assumiu a cadeira do vereador Erroldisnei Borges de Borges (PT) como 2ª suplente do Partido dos Trabalhadores. “Ingressei na Política por acreditar que seja o espaço em que a Ética e as Construções Democráticas possam, realmente , acontecer”, reforçou a parlamentar.
Com formação na área de comunicação, mais precisamente na área de língua portuguesa, a vereadora Gelcira além de atuar na educação por 36 anos também é mãe e avó.
“O que de melhor na minha campanha foi a oportunidade de visitar muitas famílias, ouvir e debater muitos de seus anseios, tentando buscar alternativas para melhores possibilidades de convívio em Canguçu. Não fui eleita, fiquei na suplência e tive a chance de, por alguns dias, assumir uma Cadeira no Legislativo. A Câmara de Vereadores é o Espaço onde se tem oportunidade de buscar caminhos para debates, construções e mudanças Fiquei por pouco tempo, mas foi positivo.
Acredito que na política deva haver mais mulheres atuantes pois só quem é mulher tem sensibilidade para implementar políticas voltadas para estas, com ética e respeito. Contente por estar representada pela vereadora Iasmim. Espero que mais jovens, mulheres, se incluam para que novas políticas surjam”, contou a educadora.
Iasmin Rollof Rutz
Após 16 anos do mandato de Eloina Bubolz e Mariza Eslabão, as eleições de 2020 elegeram a vereadora mais jovem da história de Canguçu, a agricultora e agroecóloga, Iasmin Rollof, do Partido dos Trabalhadores (PT). Levantando a pauta das mulheres como um pilar em sua campanha, a candidatura de Iasmin surgiu com a necessidade de ampliar a representatividade da juventude, mulheres e agricultura familiar na política do município.
A vereadora Iasmin explica que baixa representatividade de mulheres em mais de 160 anos de existência da Casa de Leis, mostra enquanto sociedade, o quanto ainda precisamos evoluir para assim um dia termos espaços iguais para homens e mulheres na política e em todos os setores da sociedade. “Eu venho sempre tentando fazer o meu trabalho da melhor forma possível, acredito estar abrindo espaço para que outras mulheres se encorajem e coloquem seus nomes a disposição para termos mais mulheres contribuindo na política e evolução do município”, disse.
Cléria Jacondino
Após 17 anos, a vereadora suplente Cléria Jacondino, assumiu temporariamente uma cadeira no Legislativo em 2021 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSBD). A extensionista rural, concorreu a eleição a convite do partido. Dentre suas formações, a pauta das mulheres, família e cidadania sempre estiveram na sua área de atuação profissional e pessoal.
A extensionista Cléria afirma ver a atuação das mulheres nos espaços de poder e decisão como uma evolução progressiva e de empoderamento contínuo, vista ocupação gradativa de espaços que eram, e ainda são, restritos aos homens. “As mulheres contribuem competentemente com a ampliação do debate de políticas públicas, contrabalanceando com o modo de pensar masculino, visto que vivemos numa sociedade que ainda residem resquícios do machismo estrutural”, disse.
Liziane Fonseca Fahl
Já neste ano de 2022, a última mulher a ingressar na Câmara de Canguçu foi a empreendedora Liziane Fonseca Fahl. Possuindo afinidade pela política desde a infância, ela acompanhava seu pai nas reuniões de campanhas eleitorais e com ele entendeu a importância da política na vida das pessoas. Com uma candidatura incentivada pelo pai e a necessidade de renovação na cidade, em 2020 ela enfrentou o primeiro pleito eleitoral pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
A empreendedora Liziane fala que mulheres ainda são minoria na política e a cidade possui uma carência da participação feminina nas esferas de decisão, fazendo que isso criasse motivação para colocar meu nome à disposição da comunidade. “Vejo minha participação (nesse período que pude assumir) de forma muito positiva, consegui levar para o debate importantes assuntos e problemas que enfrentamos no dia a dia, um destes diz respeito às mulheres mães. Enfim, foi uma oportunidade de mostrar que nós mulheres também temos capacidade de estar lá participando das decisões e contribuindo para o desenvolvimento do nosso município. Penso que quanto mais mulheres tivermos no poder público, mais nossos interesses serão ouvidos e atendidos”, disse.
O 8 de março, é uma data marcada pela morte de mulheres em um incêndio de uma fábrica têxtil em Nova York e atualmente continua como um marco de comemoração e protesto pelas lutas diárias das mulheres na atualidade.
Fonte: Vivian Domingues Mattos / Câmara Municipal