Mais de dois terços da área cultivada com soja já foi colhida no RS
Dos mais de 6,3 milhões de hectares cultivados com soja no Rio Grande do Sul nesta Safra 2021/2022, 68% já foram colhidos. De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e publicado nesta quinta-feira (28/04) pelas gerências de Planejamento e de Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr), houve intenso […]
Dos mais de 6,3 milhões de hectares cultivados com soja no Rio Grande do Sul nesta Safra 2021/2022, 68% já foram colhidos. De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e publicado nesta quinta-feira (28/04) pelas gerências de Planejamento e de Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr), houve intenso trabalho de colheita entre os dias 18 e 22 de abril, condicionado pelo grande número de lavouras que atingiram estágio de maturação (26%) e pelo tempo firme e seco. Outros 6% ainda estão em fase de enchimento de grãos.
A operação estendeu-se durante o turno da noite com o objetivo de aproveitar as condições ideais e a previsão de chuvas para o final de abril. O índice elevou-se, em uma semana, de 55% para 68% da área cultivada. A produtividade, nessas lavouras, é ligeiramente superior às obtidas nas semanas anteriores por terem sido beneficiadas pela recorrência de chuvas a partir de fevereiro, prevendo-se melhora um pouco mais acentuada nas implantadas no final de novembro e durante o mês de dezembro.
A expectativa de produtividade para o final de safra, ponderando sobre a colheita de lavouras com diferentes potenciais produtivos, permanece em 1.511 quilos por hectare, representando uma redução de 52% em comparação à projetada inicialmente.
Milho
O período foi marcado pela alta luminosidade e pela baixa umidade relativa do ar, que contribuíram para a perda de umidade dos grãos e consequentemente favoreceram o avanço dos trabalhos de colheita mecanizada do milho no Estado. Contudo, a proporção de lavouras colhidas avançou pouco, elevando-se de 82% para 84% dos cultivos. Restam a campo 10% das lavouras em maturação ou maduras e 6% em fases reprodutivas, sendo 4% em enchimento de grãos e 2% ainda em floração.
Essas lavouras, que estão em floração e enchimento de grãos, continuam apresentando bom desenvolvimento, apesar de correrem riscos em caso de registro de geadas nas próximas semanas. A expectativa de produtividade para a safra permanece 3.500 kg/ha, isto é, com decréscimo de 55% da inicialmente projetada.
Milho silagem
Estima-se que foram colhidos 70% dos cultivos destinados à silagem no RS. Permanecem 25% em fase de enchimento de grãos. A produtividade média é cerca de 20 t/ha, significando uma redução de 53% na projeção inicial. Contudo, as lavouras remanescentes têm potencial produtivo muito mais elevado do que as ensiladas anteriormente, que haviam sido afetadas pela estiagem.
Arroz
A colheita atingiu 89% da área cultivada no Estado. Rizicultores aproveitaram o clima seco até 22/04 para acelerar a operação, considerando que a previsão apontava chuvas com índices pluviométricos elevados para a última semana de abril. A produtividade média estimada permanece em 7.650 kg/ha, significando um decréscimo de 8% da previsão inicial. No entanto, nas áreas onde não houve insuficiência de irrigação, as lavouras alcançaram cerca de 11.500 kg/ha.
Feijão 1ª e 2ª safra
A colheita da primeira safra de feijão alcançou 90% da área cultivada e já foi encerrada na maior parte do Estado, em períodos anteriores. A expectativa de rendimento permanece em 1.265 kg/ha, significando uma redução de 27% da projeção inicial.
A maior parte dos cultivos de segunda safra encontra-se em fases reprodutivas, sendo que 70% da área cultivada está em florescimento e em enchimento de grãos. As lavouras em maturação representam 15%, e em desenvolvimento vegetativo 4%. A colheita foi realizada em 11%, e os rendimentos aproximam-se de 1.600 kg/ha.
Pastagens
A semeadura das forrageiras de inverno está sendo realizada tanto em áreas de integração lavoura-pecuária quanto nas propriedades com exploração exclusivamente pecuária. As condições ambientais estão propiciando o plantio mais precoce e, nas áreas onde ocorreu a ressemeadura natural do azevém, este começou seu processo de germinação mais cedo que o normal devido à umidade do solo adequada e temperaturas mais amenas. Ainda há considerável rebrote das espécies de campo nativo, porém há uma perda natural de qualidade, enquanto outra já encerrou seu ciclo.
Bovinocutura de corte
Em grande parte das propriedades, as pastagens de inverno já foram implantadas e estão em pleno crescimento, e em algumas já é permitido o pastejo. Os campos nativos seguem em produção, embora com desenvolvimento mais lento.
Em relação à sanidade do rebanho, muitos produtores estão com dificuldade de realizar o controle das infestações pelo carrapato bovino. Os demais manejos sanitários preventivos seguem sendo efetuados.
No aspecto reprodutivo, estão sendo realizados diagnósticos de gestação para posterior seleção ou descarte das vacas falhadas. No período, também ocorre o desmame de terneiros (as), visando à sua comercialização.
Bovinocultura de leite
Com a disponibilidade de pastagens de inverno para pastejo e o rebrote das espécies em final de ciclo, os rebanhos leiteiros mantêm a condição corporal satisfatória, porém, em muitos locais, ainda é necessária a suplementação alimentar para conservar a produtividade do leite. É satisfatório o desenvolvimento das lavouras de milho plantados tardiamente, trazendo boa expectativa para os produtores conseguirem refazer os estoques de silagem.
Os custos de produção do leite relacionados a insumos, à ração e, até mesmo, à necessidade de arrendamento de áreas de pastejo têm sido um entrave para muitas propriedades e exigem a constante gestão de gastos, tendo em vista à necessidade de manter uma margem de lucro.
Fonte: Talice Schneider / Ascom EMATER