Prossegue plantio das culturas de inverno no RS
As chuvas dos últimos dias, em altos volumes na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, provocaram processos erosivos significativos em solos de lavouras de soja recentemente colhidas, em função da baixa quantidade de palha deixada pela colheita. Segundo o Informativo Conjuntural produzido e divulgado na última semana pelas gerências de Planejamento e de Comunicação […]
As chuvas dos últimos dias, em altos volumes na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, provocaram processos erosivos significativos em solos de lavouras de soja recentemente colhidas, em função da baixa quantidade de palha deixada pela colheita. Segundo o Informativo Conjuntural produzido e divulgado na última semana pelas gerências de Planejamento e de Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), segue o preparo do solo e o plantio das lavouras de inverno.
No trigo, a estimativa de cultivo para safra 2022 no RS é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha. O período de tempo seco e de elevada radiação solar até o dia 16/06 permitiu intensa atividade de semeadura. Estima-se que a operação foi realizada em 57% dos cultivos, com as atividades estendendo-se no período noturno para recuperar, em parte, o atraso e antes das chuvas previstas.
Canola – A estimativa de cultivo de canola no Estado para a safra 2022 é de 48.457 hectares. A produtividade estimada é de 1.885 kg/ha. A cultura está em fase final de implantação.
Aveia branca grãos – A estimativa de cultivo de aveia branca no Estado para a safra 2022 é de 392.507 hectares. A produtividade estimada é de 2.217 kg/ha. A cultura está em implantação.
Cevada – A estimativa de cultivo de cevada no Estado para a safra 2022 é de 36.727 ha. A produtividade estimada é de 2.958 kg/ha.
Culturas de verão
Na soja, a produtividade estimada no Estado permanece entre 1.400 e 1.500 kg/ha. Ainda quanto aos resultados da safra recém-colhida, há litígios em vários municípios, com produtores encaminhando recursos contra seguradoras em função da divergência entre a produtividade obtida e a indicada nos relatórios de perícia, esta baseada em amostragem das lavouras afetadas pela estiagem.
Em relação ao crédito rural de custeio das lavouras para a próxima safra, há uma antecipação no interesse de produtores em realizar projetos. No entanto, a maior parte dos agentes financeiros não definiu o Valor Básico de Custeio (VBC), o que impede o andamento do processo pela assistência técnica.
Milho – A colheita de milho avançou lentamente, mesmo com o tempo mais seco entre os dias 13 e 16/06, e alcançou 99% da área de cultivo. Foram colhidas as lavouras de melhor potencial produtivo. Permanecem pequenas lavouras destinadas ao autoconsumo, colhidas de forma escalonada em processo manual, conforme a necessidade dos produtores, pois estes não possuem estrutura adequada para armazenar os grãos.
Milho silagem – A atividade teve prosseguimento mesmo após a estimativa de finalização da produção de silagem de milho no Estado. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, houve nova ensilagem, realizada excepcionalmente para o aproveitamento da massa vegetal oriunda de lavouras atingidas pelas geadas, e compensando parte dos volumes perdidos ou gastos durante a estiagem. Nessa região, a produtividade variou de acordo com o período de plantio e de corte, sendo que as lavouras semeadas em agosto renderam entre 35 e 40 t/ha. As lavouras semeadas entre setembro e novembro apresentaram grande quebra na produtividade, com média de 10 t/ha, e baixa qualidade por causa da reduzida proporção de grãos. Nas lavouras semeadas após a estiagem e cortadas recentemente, a produtividade foi de 40 a 45 t/ha, com boa qualidade do material ensilado. No Estado, a produtividade estimada é de 35 t/ha, representando decréscimo de 35% na projeção inicial.
Feijão 2ª safra – Houve o avanço expressivo da colheita durante o período. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita alcançou 93% da área cultivada. No entanto, os grãos colhidos apresentaram elevada umidade, entre 20% e 22%, e com qualidade prejudicada pelo excesso de chuvas ocorridas no estágio de maturação. No produto obtido no período, há presença de grãos ardidos, mofados, germinados e enegrecidos, depreciando a qualidade e prejudicando a classificação comercial para a venda. A produtividade das lavouras não foi afetada, sendo estimada em 1.400 kg/ha.
Na regional de Soledade, o predomínio de tempo firme propiciou a finalização da colheita do feijão segunda safra. No entanto, as últimas lavouras colhidas também foram danificadas pelo excesso de chuva, com diminuição na qualidade dos grãos. A produtividade estimada manteve-se em 1.500 kg/ha.
Pastagens
As forrageiras anuais de inverno seguem com crescimento um pouco abaixo do esperado devido ao período de baixa luminosidade e de chuvas frequentes. Porém, a qualidade de forragem produzida é boa. O solo ainda apresenta umidade elevada, o que resulta no elevado arranquio de plantas e amassamento pelo pisoteio dos animais nas áreas em pastoreio, retardando a retomada do crescimento e nova utilização para os animais. Contudo, a boa umidade do solo é benéfica, pois ajuda em melhor aproveitamento dos fertilizantes nitrogenados que estão sendo distribuídos em cobertura nas pastagens.
O campo nativo e as pastagens perenes de tifton 85, jiggs e aruana estão com o desenvolvimento vegetativo paralisado em função de frio e de geadas, entrando em dormência e não fornecendo mais forragem.
Fonte: Ascom / Secretaria de Agricultura