Canguçu, domingo, 24 de novembro de 2024
Menu

Pesquisa aponta que mulheres sofrem mais preconceito no meio acadêmico após terem filhos

Estudo da UFRGS, publicado na revista Nature na véspera desde Dia das Mães, mostra a desigualdade dentro da área da pesquisa


Uma pesquisa recente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que o preconceito contra quem teve filhos na ciência atinge mais as mulheres, reduzindo a participação das mesmas no mercado de trabalho.

O estudo, que foi chefiado por Fernanda Staniscuaski, do Centro de Biotecnologia da UFRGS, e publicado na revista Nature, revelou que mulheres, em decorrência da licença-maternidade, recebem uma visão negativa no ambiente da pesquisa, uma vez que existe o estigma da flexibilidade na academia — ou seja, um sistema que pune aqueles que não são os “trabalhadores ideais”. Elas também relataram que se sentiram mais pressionadas a somar novas tarefas ao seu dia a dia após o retorno da licença-maternidade.

A pesquisa ouviu 890 cientistas docentes brasileiros. O objetivo é levantar dados e discussões para que se desenvolva uma política de apoio às mães no meio acadêmico.

Alguns dos dados que mais chamam atenção são os que mostram que, no ambiente acadêmico, 63% dos pais afirmaram que não sentiram nenhuma mudança quanto a percepção dos colegas e superiores sobre a sua competência e comprometimento com o trabalho após terem filhos. Já no que diz respeito às mães, apenas 35% não notaram nenhum tipo de diferença — e as mulheres com menos de 15 anos de contratação foram as que mais perceberam o viés negativo.