Professora de Canguçu recebe prêmio de química na Holanda
Márcia Foster Mesko, da UFPel, foi a única latino-americana premiada
A pesquisadora Márcia Foster Mesko, natural de Canguçu, possui uma trajetória de 30 anos dedicados à química. Tanto tempo de trabalho rendeu à professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) um prêmio importante: foi a única latino-americana, entre 12 mulheres, a receber uma distinção da União Internacional de Química Pura e Aplicada, em evento realizado na Holanda, no mês de agosto.
Com atuações na Academia Brasileira de Ciências e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Márcia lidera um grupo de pesquisa que desenvolve métodos para determinar halogênios em baixas concentrações.
Em entrevista exclusiva ao Canguçu Online, a professora destacou a importância do prêmio recebido.
“Essa premiação é muito importante porque dá visibilidade em termos mundiais na área de química. A pesquisa nunca é feita sozinha. Ela passa por vários estágios, então isso vem desde a minha formação básica. Meus pais se esforçaram para que eu pudesse estudar. Sou filha de uma família simples, então me formei, estudei sempre em escola pública, tive bolsas de estudos na pós-graduação para poder me manter estudando. Também tive um período sem bolsa, em que eu estudava e trabalhava para poder fazer mestrado e doutorado. Então, eu acho que o prêmio dá visibilidade e credibilidade. Trata-se de um comitê internacional constituído por pesquisadores de vários países, principalmente dos países desenvolvidos, que avaliam os potenciais das pessoas que serão escolhidas para serem premiadas”, ressaltou.
Márcia ainda cita algumas dicas importantes para as pessoas que pensam em entrar no mundo da pesquisa científica.
“Minha primeira dica é de nunca desistir, né? Eu acho que quando a gente gosta de atuar numa profissão, por mais que a gente tenha dificuldades ao longo da da carreira, o mais importante é nunca desistir. Quando se tem um objetivo, tem que correr atrás, se aliar com bons colegas de trabalho, estar próximos de pessoas que estão trabalhando firme também. Além disso, se espelhar sempre em quem deu certo, conversar com essas pessoas. São as principais dicas que eu posso dar para aquelas pessoas que se interessam por essa carreira. Também é importante conversar e saber mais sobre a ciência. Conversar com as pessoas, falar que a ciência e a pesquisa estão presentes no nosso dia a dia e em toda evolução que existe em termos de tecnologia e de bem-estar, de maior qualidade de saúde, da parte de cuidados pessoais e com o meio ambiente. Nós precisamos ter novas gerações gostem de trabalhar com pesquisas, que entendam a relevância do seu trabalho e que sejam respeitados como pesquisadores. Assim, podemos continuar evoluindo cada vez mais rápido”, finalizou.