Canguçu, quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Expointer 2024 registra aumento na participação de várias raças de animais

O total é de 3.458 animais inscritos.


 

A edição deste ano da Expointer terá aumento na participação de algumas raças, entre bovinos de leite, corte, mistos, zebuínos, bubalinos, caprinos, equídeos e pequenos animais. O total é de 3.458 animais inscritos.

Zebuínos

Entre os que registraram maior aumento na participação estão os zebuínos da raça Nelore, com aumento de 62,07%. Em 2023, eram 29 animais inscritos, e neste ano passaram para 47.

O criador de Morrinhos do Sul, Alencar Scarpari, também presidente da Associação Sul de Criadores de Zebu do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (Asulzebu), irá pelo terceiro ano consecutivo para Esteio. Desta vez, com 15 animais da raça Nelore. A novidade, segundo ele, são os Nelore pelagens, ou pintados, como também são conhecidos.

“Esses animais estão participando pela primeira vez e já vão a julgamento. O Nelore pelagens está crescendo muito, é bastante procurado e vai ser uma sensação na feira”, acredita Scarpari. “Estamos muito ansiosos para fazer um bom evento. Só com a ajuda de todos vamos fazer a Expointer e o Rio Grande do Sul voltar a serem como antes.”

Os julgamentos do Nelore pelagens vão ocorrer na segunda-feira (26/8), às 9h, na pista central; do Nelore padrão, às 14h.  A participação das cinco raças de zebuínos totaliza 110 animais inscritos – aumento de 3,77% em relação a 2023.

Bovinos

Entre os bovinos de leite, a raça Jersey registrou um aumento de 89,39%, passando de 66 para 125 animais inscritos.

De acordo com a presidenta da Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul, Ângela Maraschin, a raça aumentou sua participação na Expointer neste ano porque fará parte do Circuito Nacional da Raça Jersey.

“Os animais vencedores nesta etapa se credenciam para concorrer ao campeonato nacional, que é uma escolha virtual, feita por todos os jurados das etapas, das campeãs nacionais”, afirma. A etapa gaúcha seria na Fenasul, mas como a feira foi cancelada em função das enchentes, foi transferida para a Expointer.

O criador Vener Ebert Enns, da Granja Castelo, de Hulha Negra, vai levar sete ou oito animais, sendo cinco jovens e duas ou três em lactação. A propriedade já trabalha há mais de 30 anos com seleção e criação. “Optamos pela Jersey em função da rusticidade, por ser um animal que se adapta melhor e tem produção de sólidos mais alta, além de docilidade e facilidade no trato”, conta Vener.

A expectativa para a Expointer é boa. “Já temos animais premiados em outras etapas, então poderemos melhorar a pontuação e a classificação na Expointer”, avalia.

Os bovinos de leite têm 361 animais inscritos de quatro raças – aumento de 13,88% em relação a 2023.

Entre os bovinos de corte, a raça Brangus aumentou em 30,67% a sua participação na feira, passando de 75 em 2023 para 98 em 2024.

José Felipe Boll, de Tramandaí, vai participar da Expointer pela primeira vez e já comparecerá com uma novidade: o brangus praiano, também pela primeira vez na feira. Ele começou a criação em 2021, comprando as primeiras matrizes; em 2022 nasceu a primeira geração e, no ano passado, os resultados já foram considerados satisfatórios.

Segundo ele, é uma raça com características como rusticidade, habilidade materna, desempenho, produção de carne e adaptabilidade ao ambiente. “Nos organizamos para levar para a Expointer três animais que acreditamos ter possibilidade de premiação, que representam mais a raça nas suas características”, explica Boll.

“O Rio Grande do Sul passou por um período extremamente difícil nos últimos meses, e esta edição servirá para reforçar que o Estado tem força para seguir em frente”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), Cacaio Osório. Para ele, a feira será um momento de aproximação de criadores e de tomadas de decisões para os próximos anos, como o Mundial Brangus 2026.

Os julgamentos de fêmeas e machos de argola vão ocorrer na segunda-feira (26/8), bem como o leilão Noite dos Campeões, a partir das 19h. Os bovinos de corte tiveram 615 inscritos, dois a menos do que em 2023.

Os bovinos mistos da raça francesa normanda passaram de nove para dez animais, registrando um aumento de 11,11%.

O criador Jacques Schinemann, de Guarapuava, interior do Paraná, levará dois animais para a feira, sendo um touro que já foi premiado em outras edições da Expointer e uma novilha de um ano.

“Crio Normando desde 1987, e os primeiros animais que tive, inclusive, foram comprados na Expointer, no mesmo ano”, conta Schinemann. A opção pela raça foi em função da dupla aptidão, com características de um leite muito rico para produção de queijos, como ocorre no seu país de origem, a França.

A presidenta da Associação dos Criadores de Normando do Brasil, Thais Bento Pires, afirma que se faz sempre um esforço para ter exemplares da raça na Expointer, porque é uma das exposições mais importantes. “Sabemos que, depois de todas as dificuldades com as enchentes, é importante estar presente no parque”, destaca. Os julgamentos serão na segunda-feira (26/8), na pista central, no período da tarde.

No total de bovinos, entre mistos, de corte e de leite, são 1.055 animais inscritos de 22 raças na Expointer 2024.

Equídeos

Entre os equídeos presentes na feira, os pôneis registraram aumento de 30,77% nas inscrições, passando de 78 para 102 animais.

Gustavo Portela, de Júlio de Castilhos, irá pela primeira vez para a Expointer. Levará três animais. “Começamos a criação no ano passado, uma criação pequena, com poucas matrizes. Mas estamos indo para a feira com uma expectativa bem boa, para adquirir experiência de competir e trocar com outros criadores”, conta Portela.

Experiência é o que não falta para o criador Oscar Collares, da Estância São Leonardo, de Bagé, que participa da Expointer desde 1992 de forma ininterrupta. “Quando fomos à feira pela primeira vez, há 32 anos, com um pônei, era quase um acampamento com um galpão, no final do parque. Com o passar dos anos, foi construída uma sede bem bonita, e fomos evoluindo”, lembra Collares. Segundo ele, naquela época os animais tinham em torno de um metro; hoje medem em torno de 70 centímetros, e são considerados mais perfeitos e morfológicos.

Para o criador, a principal função de criação de pôneis é o estímulo da criança para seguir na atividade rural. “Isso aconteceu dentro da minha casa: meu filho se criou e fez toda a atividade campeira em cima de um pônei. Hoje é veterinário e está na atividade junto conosco”, ressalta Collares.

Outro criador que tem histórias para contar é Vasco da Costa Gama, da Fazenda Bom Fim, de Guaíba. Ele participa da Expointer desde 1953, de forma ininterrupta, quando a feira ainda era no Parque de Exposições Menino Deus, em Porto Alegre. Neste ano completa 51 anos de feira, levando 11 pôneis e dois quartos de milha.

Além de pôneis, durante essas cinco décadas, levou também para a Expointer cavalos árabes, crioulos e quarto de milha, além de gado holandês. “São muitas histórias que passei junto de vários amigos criadores, durante todos esses anos. São ótimas lembranças que guardo com muito carinho”, lembra Gama. E muitos prêmios também, o último em 2023, entregue pela Farsul pelos 50 anos de participação nas exposições.

No primeiro final de semana da Expointer, no sábado e no domingo (24 e 25/8), ocorrem as provinhas para as crianças na pista ao lado do pavilhão dos pôneis. E na quarta e quinta-feira (28 e 29/8) os julgamentos de classificação durante todo o dia.

As inscrições de equídeos aumentaram 1,95% neste ano, passando de 819 em 2023 para 835. E com a novidade das mulas, que participam pela primeira vez da feira.

Fonte: Governo RS