Canguçu, segunda-feira, 28 de abril de 2025
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Rio Grande do Sul: um ano após as inundações, entre perdas e esperança

Enchentes e tempestades de maio de 2024 marcaram a história do Estado, resultando em tragédia humana e destruição em larga escala.


Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul vivenciou a pior tragédia climática de sua história. As fortes chuvas que atingiram o estado resultaram na morte de 184 pessoas e deixaram 25 desaparecidos, segundo os últimos dados da Defesa Civil. A tempestade afetou mais de 2,3 milhões de pessoas, atingindo 478 dos 497 municípios gaúchos, o que representa 95% do território estadual. Além disso, cerca de 79 mil pessoas ficaram desabrigadas, e até hoje, 1.328 pessoas ainda aguardam por um lar.

Impacto Imediato e Medidas Emergenciais

O impacto das chuvas foi devastador. No dia 27 de abril, Porto Alegre recebeu o primeiro alerta sobre chuvas intensas e ventos fortes, mas as previsões iniciais não indicavam a magnitude do que estava por vir. A cidade viu um volume de 43 milímetros de chuva em apenas seis horas, causando alagamentos e afetando operações no Aeroporto Salgado Filho. Os primeiros registros de mortes ocorreram em Paverama no dia 29 de abril, e em 2 de maio, Porto Alegre decretou estado de calamidade pública.

Foto: Gilvan Rocha / Agência Brasil

Regiões mais Afetadas: Vale do Taquari e Porto Alegre

O Vale do Taquari foi uma das regiões mais devastadas. Cidades como Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio tiveram bairros inteiros destruídos pela força das águas. Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou os 5 metros em 5 de maio, resultando em alagamentos em pontos centrais da cidade, como os estádios de futebol, a rodoviária e o aeroporto.

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Cenas Marcantes e Ações de Solidariedade

Uma das imagens mais marcantes foi a do cavalo Caramelo, que ficou isolado no telhado de uma casa em Canoas, sendo resgatado após dias de espera. Esse símbolo da tragédia viralizou nas redes sociais, sensibilizando o Brasil inteiro. No contexto da solidariedade, a criação das “cidades provisórias” foi uma das medidas adotadas pelo governo do estado para abrigar os desabrigados. Canoas foi a primeira cidade a receber um Centro Humanitário de Acolhimento, com capacidade para 630 pessoas.

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Plano Rio Grande: Investimentos para Recuperação

Para amenizar os danos causados pela tragédia, o governo do estado criou o Plano Rio Grande, que já investiu R$ 2,4 bilhões em medidas de recuperação e prevenção. Embora o impacto das enchentes tenha sido devastador, a mobilização de recursos e a solidariedade de milhões de gaúchos ajudaram a minimizar os efeitos mais graves da tragédia.

Foto: Reprodução / TV Globo

Atualização dos Números: O Legado das Enchentes

Até abril de 2025, a Defesa Civil atualizou os números da tragédia:

  • Desaparecidos: 25
  • Feridos: 806
  • Afetados: 2.398.255
  • Municípios afetados: 478
  • Óbitos confirmados: 184
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

As enchentes de 2024 deixaram um rastro de dor e destruição, mas também uma importante lição sobre a força da natureza e a necessidade de um planejamento eficaz para a mitigação de desastres. O estado continua a se reerguer, e a memória dessa tragédia jamais será esquecida.