Sem Coronavírus, uma aglomeração do bem
Publicada em dezenove de maio de mil novecentos e cinco, por Eisten, a teoria da relatividade diz que é possível viajar no tempo… Nada relativo, há exato um ano, eu faltava uma aula de Sintaxe (talvez, muitos dos possíveis erros dessa crônica sejam por isso), numa noite muito agradável, para fazer a cobertura do show […]
Publicada em dezenove de maio de mil novecentos e cinco, por Eisten, a teoria da relatividade diz que é possível viajar no tempo…
Nada relativo, há exato um ano, eu faltava uma aula de Sintaxe (talvez, muitos dos possíveis erros dessa crônica sejam por isso), numa noite muito agradável, para fazer a cobertura do show nativista em prol do Diogo.
A cidade estava imbuída em um objetivo: prolongar uma vida. Autoridades, anônimos e famosos uniam-se para proclamar a solidariedade. Fiquei encantado com os novos sentidos de gratidão, os quais brilhavam nos olhos da família Zarnott. Foi, também, neste dia, em que pensei de fato sobre o sentido da frase: “Todo mundo é alguém na vida”. Ao longo desse percurso todo, nós vamos aprimorando talentos que, outrora, tornam-se dons. Logo, desde o instante em que nascemos, já somos um alguém. Não há sentido em “tornar-se” depois.
Um ano depois, o coronavírus aparece e ceifa grande parte da nossa liberdade.
Independentemente de cor, raça ou religião, dormimos sem uma noção exata de como será o amanhã (quando dormimos). Vibramos a cada número de cura. Emanamos energia positivas com cada suspeita. E, cada um, a seu tempo, com o seu jeito de ser empata, acaba se entristecendo com as partidas.
Essa passagem dolorida (mais uma) da nossa história, lembra-me da minha infância, do que minha mãe, Dona Tânia, dizia sempre que eu estava com alguma dor: “Já, já isso passa”. E, realmente, isso vai passar, é questão de resguardo e tempo.
Os ponteiros do tempo não pararam nas grandes guerras. Os olhos do destinos não adormeceram no totalitarismo e não será agora que o axioma da vida deixará de testemunhar seu triunfo. Talvez, esse novo tempo seja para repensar o princípio máximo das nossas relações: o bem. Igual repensamos, ano passado.
É hora de um novo exame de consciência mais profundo e assertivo… É hora de abrir os ouvidos para Madre Teresa: “o importante não é a quantidade de nossas ações, mas a quantidade de amor que é colocada nelas” e, assim, tornarmo-nos estagiários da fraternidade.
Idênticas as peças de uma engrenagem, as quais funcionam, reciprocamente, em torno de algo maior, juntos é que tornamos a vida um universo de possibilidades. Por enquanto, esse “junto” é separado por paredes e isolamentos sociais necessários, mas nunca, na verdade, jamais separado enérgica e Divinamente.
Algumas pesquisas indicam que ajudar ao próximo estimula e melhora a felicidade, diminuindo a tristeza e aumentando a imunidade, consequentemente, diminuindo o risco de enfermidades. Ano passado, ajudamos lotando o ginásio. Este ano, ajudaremos apenas ficando em casa.
A história não permite a ousadia de deixarmos o bem de lado. Ouse cumprir o que esse tempo de retidão pede: Renascer para viver.
-Luiz-
SOBRE O AUTOR
Luiz Guilherme Almeida
Professor de Produção textual no Colégio Aparecida
Locutor – Rádio Canguçu FM
Bacharelando em Letras/RRT – UFPEL
Bacharelando em Jornalismo- UCPEL