Governo admite falta de recursos para Plano Safra e aumenta preocupação do setor
O valor previsto para custeio e investimento no próximo ciclo agrícola superaria em 17% o anunciado no plano 2022/2023
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconheceu em audiência na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, que não tem assegurados cerca de R$ 400 bilhões para o Plano Safra 2023/2024. Com isso, aumenta a preocupação das entidades representativas da agropecuária gaúcha e acende o alerta de que possam ser anunciados recursos que não venham a se confirmar, causando transtornos ao planejamento dos produtores. O valor previsto para custeio e investimento no próximo ciclo agrícola é alinhado às previsões da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e superaria em 17% o anunciado no plano 2022/2023, que se encerra em 30 de junho.
A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) já vem fazendo alertas para a falta de recursos e o desalinhamento entre o orçamento federal e o Plano Safra, que conta com 35% de recursos orçamentários controlados (35%) e de instituições bancárias (65%).
Na agricultura familiar, a escassez de recursos também preocupa a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS). Conforme a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a agricultura familiar necessita de pelo menos R$ 75 bilhões em crédito para o ciclo 2023/2024, contra R$ 47 bilhões da safra anterior.