Novos médicos veterinários da Seapi recebem treinamento sobre raiva herbívora
Dia 27 de abril de 2023, interior do município de Eldorado do Sul. Médicos veterinários nomeados recentemente na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) percorrem um bosque de mata nativa, passando por uma floresta plantada de eucalipto. O destino é uma gruta onde se abrigam morcegos hematófagos Desmodus rotundus, cuja mordida é a […]
Dia 27 de abril de 2023, interior do município de Eldorado do Sul. Médicos veterinários nomeados recentemente na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) percorrem um bosque de mata nativa, passando por uma floresta plantada de eucalipto. O destino é uma gruta onde se abrigam morcegos hematófagos Desmodus rotundus, cuja mordida é a principal forma de transmissão da raiva herbívora. Foi nesse local que os novos servidores receberam um treinamento prático do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros.
“A ideia é que conheçam e possam identificar o que vão ver no campo, nas inspetorias onde vão trabalhar”, explicou o coordenador do programa, Wilson Hoffmeister. Ele contou que o refúgio visitado tem cerca de três metros de profundidade e 30 metros de extensão e é um dos que estão cadastrados no Sistema de Defesa Animal da Seapi. “De tempos em tempos, o local é revisado para ver se está abrigando morcegos e, em caso positivo, fazemos o controle da população desses animais, para evitar a proliferação da raiva herbívora”, acrescentou.
Hoffmeister disse que na propriedade visitada há criação de animais, gado bovino principalmente, além de lavoura de arroz e floresta plantada de eucalipto. Ele destacou a importância de o produtor, quando determinado pela Seapi, vacinar seus animais contra a raiva. O produtor também deve informar a Inspetoria Veterinária de seu município sobre locais que possam abrigar os morcegos e relatar casos de bovinos e de outros animais que tenham sido atacados ou que tenham sintomas de doenças neurológicas. “Nossa função é localizar esses refúgios, com a ajuda dos produtores rurais. É muito importante que o produtor traga a informação de onde podem estar morando os morcegos”, enfatizou.
Médico veterinário da Inspetoria de Defesa Animal de Roque Gonzales, o fiscal estadual agropecuário Alexandre Guerra de Guerra achou o treinamento interessante e destacou a experiência da equipe da Seapi. “O Rio Grande do Sul se destaca nacionalmente pelo trabalho da secretaria no controle da raiva herbívora. Eu me sinto honrado de estar aqui e de ter essa capacitação”.
Para a médica veterinária nomeada para a Inspetoria de São Miguel das Missões, Manuela Manta, o treinamento prático foi gratificante e contribui para que os novos servidores possam atender melhor a população. “Sabemos que a raiva é uma questão de saúde pública e nós, como veterinários, temos um papel muito importante no controle dessa doença”, pontuou. “E, embora os herbívoros, principalmente os bovinos, sejam um dos alvos, a raiva é uma doença letal para o homem. Então, esse treinamento é fundamental para que todos saiam daqui prontos para enfrentar todo e qualquer caso ou foco que aconteça nos municípios”, acrescentou.
Sobre a raiva herbívora
A principal forma de transmissão da raiva para herbívoros se dá pela mordida do morcego hematófago Desmodus rotundus. Alguns esconderijos habituais desses animais são os troncos ocos de árvores, as cavernas, as fendas de rochas, além de túneis e casas abandonadas, entre outros.
Ao localizarem novos refúgios de morcegos, os produtores não devem tentar capturá-los por conta própria. Eles devem comunicar imediatamente a localização dos refúgios à Inspetoria ou ao Escritório de Defesa Agropecuária do município.
A captura dos animais é realizada somente pelos Núcleos de Controle da Raiva do Estado, cujos integrantes são devidamente capacitados e vacinados contra a raiva. As equipes são acionadas pelas regionais da Seapi sempre que houver laudo positivo para raiva em herbívoro ou se forem constatados altos índices de mordidas em animais de produção em determinada região.
Fonte: Secom RS