Canguçu, sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Eliézer Timm: A influência do aumento do IPTU nas finanças pessoais

A cada começo de ano pairam incertezas sobre o comportamento da economia. É comum as famílias e empresas planejarem seus gastos conforme sua disponibilidade de renda. Organizam viagens, consomem artigos novos, investem no mercado financeiro, entre outros planos. Podemos associar estes fenômenos ao campo das Finanças Pessoais. Ou seja, é uma área da economia que […]


A cada começo de ano pairam incertezas sobre o comportamento da economia. É comum as famílias e empresas planejarem seus gastos conforme sua disponibilidade de renda. Organizam viagens, consomem artigos novos, investem no mercado financeiro, entre outros planos.

Podemos associar estes fenômenos ao campo das Finanças Pessoais. Ou seja, é uma área da economia que estuda a aplicação de conceitos financeiros das pessoas, famílias e empresas.

Nos últimos anos, a área ganhou notoriedade em virtude da crise econômica que promoveu profundas cicatrizes no país e forçou  as famílias a organizarem as suas finanças. Contribuíram para isso as medidas impopulares e aumento em tributos elaborados pelo governo a fim de conter a inflação e amenizar a crise.

Os aumentos na tributação provocam quedas no consumo, pois parte da renda destinada a tal finalidade é direcionada para pagamento de impostos. A diminuição do consumo acarreta uma série de distorções nas economias capitalistas, pois diminuem o fluxo monetário nas trocas entre empresas e consumidores.

Assim, o aumento de impostos compromete parte da renda das famílias e acaba diminuindo o consumo. A diminuição deste desestimula as vendas, sobram mercadorias nas prateleiras e contribui para o crescimento do desemprego. Assim, o nível de renda das famílias é um fator determinante nas decisões de investimento das empresas.

Em 2019, o crescimento da economia é visto pela atual equipe econômica com um aspecto tangível. Pois de acordo com o relatório Focus do Banco Central, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 é de 2,53%.

Outro ponto positivo para 2019 é a diminuição do índice de endividamento das famílias brasileiras como aponta o relatório da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O CNC apontou uma queda nas dívidas das famílias de 60,3% em novembro, para 59,8% em dezembro de 2018. Aos nossos olhos parece pouco, mas mostra uma tendência natural de queda e a retomada lenta do consumo.

Contudo, em Canguçu, o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) poderá contribuir para o enfraquecimento da economia local. O valor percentual do aumento pegou os canguçuenses de surpresa. Em alguns casos o aumento chegou a 800%!

Fica muito difícil equilibrar e organizar um orçamento familiar, pois parte significativa da renda já está comprometida para pagamento de tributos essenciais (água, luz, telefone e aluguel ou financiamento) e essa alteração de valores no IPTU pesará nas contas das famílias, podendo refletir no comércio local.

A proposta de 25% de abatimento ameniza muito pouco a já comprometida renda do trabalhador canguçuense. Torceremos para que este episódio não enfraqueça a economia local e assim possamos acompanhar os índices nacionais de crescimento!