Canguçu, sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Eliézer Timm: Oliveiras são uma cultura promissora para Canguçu

A teoria econômica busca explicar fatores determinantes para o crescimento econômico em diversas linhas do pensamento. A primeira resposta e teoria investigativa nasceram na obra de Adam Smith, titulada Riqueza das Nações.  Nela, o “pai” da economia expressa a importância de um processo de crescimento baseado na produtividade, envolvendo técnicas avançadas, eficiência na divisão do trabalho e acumulação de capital físico. Não […]


A teoria econômica busca explicar fatores determinantes para o crescimento econômico em diversas linhas do pensamento. A primeira resposta e teoria investigativa nasceram na obra de Adam Smith, titulada Riqueza das Nações. 

Nela, o “pai” da economia expressa a importância de um processo de crescimento baseado na produtividade, envolvendo técnicas avançadas, eficiência na divisão do trabalho e acumulação de capital físico. Não ocorrendo uma sintonia entre estes fatores, segundo o pensador, os países teriam dificuldades de serem competitivos na produção para atenderem a demanda.

Ao migrar para os dias atuais, as lideranças econômicas engajadas nos presidenciáveis apontam esses ingredientes como força necessária para trazer a economia de volta para o centro do crescimento. Claro, cada um apresentando propostas dentro de suas fundamentações teóricas.

Contudo, o propósito final é o mesmo e passa pelos mesmos processos, ressalvando os fundamentos adotados. No Brasil, tivemos medidas distintas e fundamentais durante o nosso processo de crescimento. Foi assim com o Processo de Substituição de Importações (PSI), criado para servir como modelo de desenvolvimento do país, produzindo aqui bens de consumo leves que eram importados. Com ampla participação do Estado para tal provento.

Depois, tivemos o Plano de Metas, o Programa de Ação Econômica do Governo e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mais recentemente, entre outros. Todos estes voltados para promover o crescimento econômico do país por períodos estagnados. E, por coincidência, o Estado assumiu as “rédeas” em todos os processos como agente financiador e incentivador. Muito desses planos tinham em comum o câmbio como papel central, seja provocando uma queda em determinados períodos e valorizando em outros, buscando sempre a necessidade e objetivo dos planos. Contudo, sempre planejados para o consumo.

O CENÁRIO PARA CANGUÇU
E para Canguçu, como resolver esse problema nos próximos anos? Em minha última publicação no Canguçu On Line (veja no link Panorama do cenário Econômico e Rural de Canguçu, eu mencionei a importância de fixar e construir meios que visem à permanência do produtor no campo. Pois, nos últimos anos, o setor do agronegócio representou um importante indutor da economia. Como “raiz”, nosso município apresenta condições viáveis para oportunizar e diversificar a produção primária.

É claro que, para que isso aconteça, precisamos envolver toda a comunidade e forças adjacentes para idealizar, pois não é um papel somente do Estado de garantir a permanência do homem no campo. O mercado mostra, diante da instabilidade do câmbio, as oportunidades de comercializar e dar um start na produção primária local.

Uma cultura promissora no nosso município e que tem espaço para cultivo é a produção de oliveiras. Ela atende exatamente essa exigência em virtude da importação significativa do produto pelo Brasil. Dados apontam que o nosso país é o segundo maior importador do produto no mundo.

Em Canguçu, já existem empresas que produzem azeite de grande qualidade. Ou seja, desenvolvem desde a planta, passando por todas as etapas industriais até chegar ao consumidor final. É notória a qualidade do produto aqui desenvolvido, para o qual uma das empresas possui grande reconhecimento nacional e internacional,como destacou o jornal El Pais, do Uruguai.

Será que estes argumentos não nos colocam em condições de criarmos mecanismos para viabilizar um processo verticalizado de produção entre Estado, produtor, indústria e centros de pesquisas? Não poderíamos consorciar a produção nas pequenas e médias propriedades? Que tal potencializar indústrias e cooperativas na prensagem? Poderia ser uma opção de mercado a ser trabalhada nas propriedades de nosso município.