Canguçu, domingo, 24 de novembro de 2024
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Jacir Casarin: 13 de maio, a escravidão que perdura

Quantos alunos de uma escola pública de ensino fundamental concluem o 9º ano querendo ser professor? Desses, quantos sonham em ser professor de história? Esse quase inexistente desejo, demonstra a falta de entendimento e consequente desinteresse pela história, uma batalha perdida, pois para tomar gosto por história, ela precisa ser dinâmica, assim como o interesse […]


Quantos alunos de uma escola pública de ensino fundamental concluem o 9º ano querendo ser professor? Desses, quantos sonham em ser professor de história? Esse quase inexistente desejo, demonstra a falta de entendimento e consequente desinteresse pela história, uma batalha perdida, pois para tomar gosto por história, ela precisa ser dinâmica, assim como o interesse em qualquer outra disciplina. Na maioria das escolas existe um total engessamento em propiciar a um aluno gosto pela história, então como surgirão bons professores, filósofos, sociólogos, psicólogos? A crença materialista, causa nas ciências exatas, um atraso e um risco gigantesco a humanidade, é preciso começar a dar espaço aos físicos quânticos que hoje provam quem é Deus e ainda são considerados doidos, ao invés dar prestigio aos físicos nucleares que fabricam bombas atômicas! Mas como, se as ciências humanas estão estagnadas?

O atual conteúdo escolar de história passado aos alunos é arcaico, e pior do que isso é a forma desconectada do presente com que ele é abordado. Que tivéssemos que decorar nomes, guerras e datas, mas que trouxéssemos para a realidade não o que aquilo representou, mas as consequências do que ainda representa, porém, o método cartesiano vigente que acredita apenas na matéria beneficia o individualismo, a competição e a separação de tudo o que existe no universo.

Em 5 anos de história na escola, são em médias gastas 3300 horas de conteúdo, que poderiam ser resumidos em uma frase: Caros alunos, vocês preferem ficar 3300 horas ouvindo a mesma coisa, ou simplesmente saber que, em 3300 anos de história documentada da humanidade contamos nos dedos os anos sem guerras e barbáries?

Acho que a 2º opção é mais sensata! Mas, após a escolha feita, teremos de discutir porque nada mudou, o que diferencia nossa sociedade daquela das múmias? Praticamente nada, seguem as crenças limitantes, embora temos exemplos bem atuais provando que até piorou! Mas isso não pode ser admitido, discutido, socialmente não é aceito, então se espera a era pós-contemporânea, que para muitos já está sendo vivida após a internet. Pouco importa, mesmo saindo da época da revolução francesa, a nova era da história segue sem clareza!

Em 1932, o inglês Aldous Huxley em seu livro Admirável Mundo Novo, escreveu:

“A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão”.

Em 13 de Maio de 1888, foi assinada a abolição da escravatura, e além disso o máximo que se aprende é que os negros eram colocados em trabalhos forçados, agora entender porque a 131 anos comemoramos algo que nunca deveria ter ocorrido não estudamos! Mais de um século se passou, mas isso não é nada, porque a reencarnação traz de volta os problemas mal resolvidos, os escravos, os feitores e os senhores, apenas a novo modelo, e principalmente continuam instaladas as crenças, os preconceitos, os traumas e os egos inflados pelo poder. Quando será discutido isso? E os traumas ainda atuais da inquisição? E as consequências da 2ª guerra? Um pedido de desculpa reconhece um erro, mas as sequelas não se consomem em chamas, não são surradas pelo tempo, nem explodem com urânio… Temos de fato muito mais do que 3 mil horas de assunto! Mas para que mesmo? Seria para formar pensadores e não robôs-escravos!


SOBRE O AUTOR

Jacir Machado Casarin é natural de Canguçu, tem 39 anos e é estudante e praticante dos fundamentos de Mecânica quântica há pouco mais de um ano. É formado em tecnólogo em Gestão ambiental.

E-mail: metamorfosequantica@bol.com.br
Facebook: metamorfose.quântica.75