Canguçu, domingo, 24 de novembro de 2024
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Exportações do agronegócio do RS chegam a US$ 3,54 bilhões no segundo trimestre de 2023

Soja e fumo lideram destaques positivos


As vendas externas do agronegócio do Rio Grande do Sul no segundo trimestre de 2023 atingiram US$ 3,54 bilhões, pouco abaixo (-0,9%) do registrado no mesmo período do ano passado, quando alcançaram US$ 3,57 bilhões. Entre os principais destaques positivos do período, as exportações do complexo soja (total de US$ 1,38 bilhão; +23,7%) e do setor de fumo e seus produtos (US$ 471,24 milhões; +21,4%) tiveram as maiores altas. Os segmentos de produtos florestais (US$ 295,39 milhões; -35,4%) e de carnes (US$ 569,88 milhões; -21,4%) apresentaram as maiores quedas. O agronegócio foi responsável por 69,3% das exportações totais do Estado no trimestre.

Mesmo com a redução no período de abril a junho, no acumulado dos seis primeiros meses de 2023 as exportações do setor registraram alta de 2,7%. No total, foram US$ 7,3 bilhões, o que representa 71,3% das vendas externas gaúchas no semestre. Sem considerar a inflação do período, o valor das exportações em 2023 foi o mais alto para um primeiro semestre desde 1997, quando teve início a série histórica.

Os dados das vendas no segundo trimestre e acumulado de 2023 estão no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta sexta-feira (11/8). O documento, uma publicação do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), foi elaborado pelo pesquisador Sérgio Leusin Júnior. O boletim contempla ainda informações sobre o emprego formal no campo no mesmo período.

Segundo trimestre

A soja em grão foi a principal responsável pelo aumento nas vendas do complexo soja, com alta de 94,3% no valor comercializado (total de US$ 755,87 milhões), compensando a queda do óleo de soja (total de US$ 149,05 milhões, -44,6%). No fumo e seus produtos, o principal artigo do segmento, o fumo não manufaturado, registrou elevação de 17,2% em valor (total de US$ 417,38 milhões).

Entre as baixas, no setor de carnes, a redução nas vendas de carne de frango (total de US$ 274,65 milhões; -35,7%) e de carne bovina (total de US$ 83,16 milhões; -25,2%) impactaram o resultado final. Entre os produtos florestais, o principal item do segmento – a celulose –  registrou queda de 44,6% no valor exportado (total de US$ 179,08 milhões).

O setor de cereais, farinhas e preparações teve queda de 9,2% nas vendas no segundo trimestre (total de US$ 279,55 milhões). O destaque positivo foi para o aumento nas exportações de arroz (total de US$ 136,49 milhões; +115,9). Houve, ainda, redução no comércio de trigo (total de US$ 70,63 milhões; -33,2%) e de milho (total de US$ 54,02 milhões; -53,4%).

Quanto aos principais compradores dos produtos do agronegócio gaúcho, a China segue no topo da lista, com uma fatia de 27,3% do comércio. O país asiático aumentou em US$ 169,4 milhões as aquisições do Rio Grande do Sul, alta de 21,2%. O bloco da União Europeia (15,9%), Estados Unidos (5,3%), Vietnã (5,1%) e Argentina (3,1%) completam o ranking dos cinco principais compradores do segundo trimestre.

Primeiro semestre de 2023

O recorde em vendas nos primeiros seis meses do ano foi puxado pelo complexo soja, que alcançou exportações de US$ 2,2 bilhões no período, alta de 15,5% em relação a 2022. Além da oleaginosa, o grupo de fumo e seus produtos (total de US$ 1,06 bilhão; +20,6%) e de máquinas e implementos agrícolas (US$ 308,01 milhões; +11,7%) também registraram aumento. Carnes (US$ 1,22 bilhão; -4,1%), cereais, farinhas e preparações (US$ 992,61 milhões; -8,5%), produtos florestais (US$ 721,64 milhões; -13,8%) e couros e peleteria (US$ 162,57 milhões; -19,5%) tiveram redução nos valores.

Entre produtos específicos do agronegócio gaúcho, a soja em grão apresentou a maior variação positiva em termos absolutos (mais US$ 331,65 milhões; +50,6%), seguida do fumo não manufaturado (mais US$ 158,55 milhões; +19,4%).

Na lista de principais destinos das exportações, a China representou 22,5% do total das compras do Rio Grande do Sul, seguida pela União Europeia (14,9%), Estados Unidos (5,7%), Vietnã (5,1%), Indonésia (4,7%) e Arábia Saudita (2,8%).

Emprego formal no agronegócio

Tradicional período de redução no saldo de postos de trabalho no campo, por conta da sazonalidade da produção agrícola, o segundo trimestre de 2023 registrou saldo negativo de 8.438 postos com carteira assinada no Rio Grande do Sul. Em 2022, o resultado havia sido negativo em 7.856 postos.

Nos três segmentos que compõem o agronegócio (“antes”, “dentro” e “depois” da porteira), o segmento “dentro”, constituído pelas atividades agropecuárias e produção das lavouras permanentes e temporárias, registrou o principal saldo negativo (menos 6.382 postos). O segmento “depois da porteira”, composto principalmente por atividades agroindustriais, teve perda de 2.735 postos.

Principal empregador do agronegócio gaúcho, o setor de abate e fabricação de produtos da carne registrou um contingente de 68.015 postos de trabalho com carteira assinada no segundo trimestre de 2023, com um saldo positivo de 482 postos em relação ao mesmo período do ano anterior.

Ao final do primeiro semestre, o número de vínculos de empregos com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul era de 377.519 postos, alta de 3,3% em relação ao primeiro semestre de 2022.

 

Fonte: Secom