Falta de professores e contratações emergenciais marcam reunião sobre Educação na Câmara de Canguçu
Autoridades discutem entraves no início do ano letivo, dificuldades no transporte escolar e recomendações do Tribunal de Contas para novos processos seletivos.
A Câmara Municipal de Canguçu, por meio da Comissão de Finanças, Economia, Orçamento, Planejamento, Fiscalização, Controle, Tributação, Agricultura, Pecuária, Cooperativismo e Serviços Públicos, promoveu nesta quarta-feira (9) uma reunião com autoridades locais para discutir temas urgentes relacionados à Educação. A pauta central girou em torno das recentes polêmicas sobre o processo de contratação emergencial e temporária realizado pela Secretaria Municipal de Educação e Esportes (SMEE), além da preocupante falta de professores e as dificuldades enfrentadas no transporte escolar.
Durante a reunião, o coordenador do Controle Interno da Prefeitura, Leandro Blass, prestou esclarecimentos sobre os desgastes gerados pelo processo seletivo. Segundo ele, o Tribunal de Contas recomendou que os próximos certames retomem o uso de provas objetivas e de títulos em conjunto, com a contratação de uma banca especializada para garantir a lisura e a transparência nas seleções.
A secretária de Educação, Ana Cristina de Oliveira, destacou a gravidade da escassez de profissionais da área. De acordo com os dados apresentados, dos 78 professores chamados para os Anos Iniciais, apenas 36 se apresentaram. Na Educação Infantil, a situação também é preocupante: dos 59 convocados, somente 29 assumiram os cargos. Para a secretária, o quadro atual indica uma possível “blackout” de profissionais nos próximos anos, o que pode comprometer ainda mais o andamento do calendário letivo. Apesar das dificuldades, ela ressaltou que não há, neste momento, interesse do Executivo em fechar escolas.
Além da secretária, participaram da reunião o presidente do Fórum de Gestores, Elisnei Pires; o coordenador do Conselho Municipal de Educação, Andrio Aguir; e a coordenadora do Conselho Tutelar, Ilana Klug da Silva. O debate reforçou a importância do diálogo entre os poderes e da adoção de medidas estruturais para garantir o pleno funcionamento da rede pública de ensino no município.