Canguçu, sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Proporção de jovens de 6 a 14 anos no ensino fundamental cai pelo terceiro ano

Em 2023, 94,6% das pessoas de 6 a 14 anos estavam frequentando o ensino fundamental, etapa escolar adequada para esta faixa etária


No Brasil, em 2023, 94,6% das pessoas de 6 a 14 anos estavam frequentando o ensino fundamental, etapa escolar adequada para esta faixa etária. Frente a 2022, houve retração de 0,6 ponto percentual, atingindo o menor nível da série, após também ter apresentado redução entre 2019 e 2022 (-1,9p.p) e de 2018 para 2019 (-0,3p.p). Com isso, o indicador passou a ficar abaixo da Meta 2 preconizada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), de 95%.

Já a taxa de escolarização desse grupo etário, que mede apenas a frequência escolar sem considerar o nível de ensino, permaneceu em 99,4%, mantendo patamar elevado em todas as grandes regiões e chegando próximo à universalização.

São informações do módulo anual sobre Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. Leia também a notícia sobre jovens que não estavam ocupados nem estudando.

Escolarização até os 5 anos cresce

Em 2023, 10,1 milhões de crianças de 0 a 5 anos de idade frequentavam creche ou escola no país. Na faixa dos 0 a 3 anos, a taxa de escolarização era de 38,7% (ou 4,4 milhões de crianças nas creches). A escolarização desse grupo etário cresceu 8,4 p.p. desde 2016 e 2,7 p.p., desde 2022. Já a proporção de crianças de 4 a 5 anos na creche ou escola subiu de 91,5% em 2022 para 92,9% em 2023, totalizando de 5,8 milhões de crianças.

A taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos foi de 91,9% em 2023. Regionalmente, frente a 2022, esse indicador recuou 2,7 p.p. no Norte (89,1%).

A Meta 3 do PNE, de universalizar o atendimento escolar para a população de 15 a 17 anos até 2016, ainda não havia sido alcançada em nenhuma região brasileira. Essa meta também estabelece que a taxa de frequência escolar líquida, ou seja, a adequação idade-etapa, no ensino médio suba para 85,0% até 2024. Em 2023, 75,0% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam ou haviam concluído o ensino médio, ou seja, a distância da taxa ajustada líquida até a meta foi de 10,0 p.p.

“As regiões brasileiras enfrentam vários desafios e precisam dar uma maior importância ao atraso escolar, que vem desde os últimos anos do ensino fundamental”, avalia Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Analfabetismo segue recuando e permanece associado à idade

Em 2023, o país tinha 9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,4%. Dessas pessoas, 54,7% (5,1 milhões) viviam na região Nordeste e 22,8% (2,1 milhões de pessoas) no Sudeste. Em relação a 2022, houve uma redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) dessa taxa no país, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 232 mil analfabetos em 2023.

Havia 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 15,4% nesse grupo etário. Os analfabetos continuam concentrados entre os mais velhos. Nos grupos etários mais jovens, as taxas foram de 9,4% entre as pessoas com 40 anos ou mais, de 6,5% na faixa dos 25 anos ou mais e de 5,7% entre a população de 18 anos ou mais. Isso indica que as gerações mais novas tiveram mais acesso à educação.

Fonte: IBGE