Futebol feminino já foi proibido no Brasil, e CPI pediu legalização
Por mais de 40 anos, o futebol feminino foi proibido no Brasil
Por mais de 40 anos, o futebol feminino foi proibido no Brasil. O veto começou em 1941, durante a ditadura do Estado Novo, quando o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto-lei que tirava das mulheres o direito de praticar esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”.
Essa proibição resultou em jogos femininos cancelados e até partidas encerradas à força pela polícia. Somente no final da ditadura militar, em 1983, o Conselho Nacional de Desportos considerou o futebol feminino aceitável e o regulamentou.
Houve parlamentares que pressionaram pela legalização do futebol feminino em 1977, durante uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava a posição subalterna das mulheres na sociedade. A ex-nadadora Maria Lenk defendeu que as mulheres deveriam ter o direito de praticar esportes, incluindo o futebol, para se desenvolverem fisicamente e moralmente.
Os argumentos para proibir o futebol feminino incluíam a ideia de que a violência dentro dos gramados poderia prejudicar a capacidade de serem mães e que o esporte masculinizaria as mulheres. Porém, tais argumentos foram considerados falaciosos.
A proibição estava ligada ao nacionalismo imposto por Vargas para reforçar a masculinidade associada ao futebol como esporte nacional e símbolo de identidade. A revogação da proibição ocorreu em 1983, mas mesmo após a liberação, o futebol feminino enfrentou desafios, incluindo o preconceito e a falta de investimento no esporte de base.
O poder público tem a responsabilidade de promover medidas de reparação para impulsionar o futebol feminino e combater o preconceito arraigado na sociedade brasileira.