15 de abril: Dia Nacional da Conservação do Solo
O dia 15 de abril é conhecido como Dia Nacional da Conservação do Solo. No Brasil, esta data foi oficializada através do Decreto de Lei número 7.876 no ano de 1989. Esta data foi criada com o intuito de desenvolver um pensamento crítico na população sobre a importância da correta utilização do solo, como um […]
O dia 15 de abril é conhecido como Dia Nacional da Conservação do Solo. No Brasil, esta data foi oficializada através do Decreto de Lei número 7.876 no ano de 1989. Esta data foi criada com o intuito de desenvolver um pensamento crítico na população sobre a importância da correta utilização do solo, como um recurso natural para a produção de alimentos.
No município de Canguçu, existem várias áreas agrícolas com problemas de degradação, muitas vezes com redução drástica da camada superficial mais rica, denominada “Horizonte A”. Em Canguçu, a maioria dos solos apresentavam 40 a 50 centímetros desta camada no início da colonização. Considerando que 1 centímetro de solo leva centenas de anos para se formar e podem ter sido perdidos por erosão ao redor de 20 centímetros ao longo de 70 a 90 anos de uso.
Imagine a extensão do dano e a impossibilidade de recuperar o que já foi perdido. Pode-se, então, afirmar que estes solos agrícolas tiveram seu potencial produtivo comprometido pela erosão e redução drástica dos seus estoques de matéria orgânica do solo e que isso foi conseqüência do modo como a terra foi usada.
No Rio Grande do Sul, não é diferente, pois tem sido adotadas várias práticas conservacionistas, como a implantação de curvas de nível, o cultivo em nível, uso de plantas de cobertura, semeadura direta (plantio direto) e outras práticas. Estas práticas têm sido apontadas pelos órgãos de pesquisa e extensão rural como fundamentais para a conservação do solo.
No município de Canguçu, a EMATER/RS-ASCAR trabalha a correta utilização dos solos há várias décadas, através de programas Federais, Estaduais e Municipais, Dias de Campo e atividades nas propriedades. Um exemplo é o trabalho com os produtores de leite, no incentivo a implantação de pastagens perenes. Quando um produtor instala uma pastagem perene (Kurumi, Jiggs, Tifton, entre outras), além de reduzir custos, evita o revolvimento anual do solo, pois fará esse processo apenas no primeiro ano, no momento da instalação da pastagem. Depois, não ocorre mais o revolvimento (ao contrário do que ocorre nas pastagens anuais). Esse não revolvimento do solo, além de evitar perdas de solo por erosão, favorece o aumento dos teores de matéria orgânica e outros atributos benéficos.
Na propriedade da família Wachholz e Vite, no Alto Alegre, 1º Distrito de Canguçu, em 2018 foram instalados, com o apoio da EMATER/RS-ASCAR, três hectares de pastagem perene (capim elefante anão – BRS Kurumi), para a alimentação das vacas. A família relata sua satisfação com a adoção dessa prática, pois na área onde foi instalada a pastagem o relevo é ondulado, sendo que ocorriam muitas perdas de solo quando havia precipitações elevadas sobre as pastagens anuais recém instaladas.
Portanto, é imprescindível divulgar, conscientizar e mobilizar a população sobre a importância de conservar, recuperar e preservar o solo, mediante a adoção de sistemas e práticas conservacionistas adequadas, garantindo produtividade e qualidade ambiental para a geração atual e para futuras gerações.
Engenheiro Agrônomo Gerson Lübke Buss
Extensionista da EMATER/RS-ASCAR
Escritório de Canguçu