Culturas do feijão, fumo e soja são as mais afetadas com a estiagem em Canguçu
Canguçu foi o primeiro município da Zona Sul a decretar situação de emergência devido a estiagem e suas consequências na agricultura. Das 27 cidades monitoradas pela Defesa Civil Regional, sete já estão no mesmo cenário. Em todo o estado, 31 municípios compartilham da mesma situação. Depois de 40 dias de monitoramento, a Emater, através de […]
Canguçu
foi o primeiro município da Zona Sul a decretar situação de emergência devido a estiagem e suas consequências na agricultura. Das 27 cidades monitoradas pela Defesa Civil Regional, sete já estão no mesmo cenário. Em todo o estado, 31 municípios compartilham da mesma situação.
Depois de 40 dias de monitoramento, a Emater, através de um laudo técnico circunstanciado, atestou os danos na produção agropecuária de Canguçu e chegou a conclusão que a cultura mais afetada foi a do feijão. De acordo com o chefe da instituição no município, Gilvane Furtado, o grão não se desenvolveu devido a falta de umidade. Como a seca iniciou na época da floração e enchimento do grão o resultado na hora da colheita foram grãos miúdos. No fumo, principal plantação de Canguçu, o desenvolvimento e a floração também não ocorreram adequadamente. “Terá uma redução no número de folhas”, falou Furtado, explicando que o produto agrícola possui cerca de 18 folhas quando desenvolvido normalmente, com a estiagem, esse número deverá reduzir pela metade.
A soja, segundo Furtado, também foi atingida na fase de floração, que acabou não se desenvolvendo e causando grandes perdas. O produtor Marcos Müller estima que, até o momento, cerca de 30% da produtividade de suas plantações tenham sido perdidas. O agricultor tinha perspectiva de colher 60 sacos por hectare, agora depende da chuva para saber como será a colheita que inicia no final de março. No momento em que começava a chuva em Canguçu, Müller relatou que a expectativa é frear os prejuízos para ver o que será possível recuperar. “Dependemos do volume de chuva e de como as plantações irão reagir”, desabafou. Nos últimos dias ele vem tentando salvar parte do cultivo, produzido no 5º Distrito do município, por meio do sistema de irrigação. Diz se tratar de uma pequena área que estava em estagio inicial.
Em Pelotas, a situação é menos preocupante. Segundo o técnico da Emater, Edgar Noremberg, ainda não foram registradas grandes perdas e também não está sendo pensado em decretar situação de emergência. “Mas está sendo feito um levantamento de toda a região”, observou. Nesta semana, a Emater emitirá relatórios semanais informando a população de como as consequências da estiagem estão se manifestando nos municípios. Na barragem Santa Bárbara e nos arroios Pelotas e Moreira, o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia garante que os níveis estão normais. E relata que comparado ao ano passado a situação é ainda mais tranquila.
PREVISÃO
O cenário seguirá preocupante na Zona Sul do Estado. De acordo com a MetSul Meteorologia, a região registra o maior déficit de precipitação do Rio Grande do Sul nos últimos dois meses e também será a região que deve menos chover nos próximos 60 dias. Os meses de fevereiro e março deverão registrar chuvas abaixo da média e as ondas de calor seguirão atuando – fator que acelera os efeitos da estiagem.
Informações: Rafaela Rosa – Diário Popular