Frota de veículos elétricos cresce 80% no Rio Grande do Sul e apresenta novos desafios
O tema foi discutido em painel realizado nesta sexta-feira (11) no South Summit Brazil 2025
Os veículos elétricos estão em alta no mercado automotivo. Embora a frota ainda seja pequena, a tendência é de crescimento no Brasil e no RS. Enquanto no Brasil o crescimento foi de 77% em 2024, no Rio Grande do Sul o índice foi superior a 80% em relação a 2023. O cenário traz desafios que precisam ser pensados de forma inovadora. As provocações foram trazidas para o debate pelo diretor-técnico do DetranRS, Fábio Santos, em painel no South Summit Brazil 2025 nessa sexta-feira (11/4).
O gestor da autarquia trouxe sete tópicos que merecem atenção no processo de eletrificação da frota: registro, remoção, fiscalização, peças de reposição, formação dos condutores, estacionamento e circulação, além do resgate veicular. “A eletrificação da frota pode ser comemorada por causa da redução na emissão de poluentes e ruídos, mas ela também exige do poder publico a definição de uma série de regramentos específicos”, afirmou.
“Estão na pauta a questão do registro de um veículo com dois motores, que exige adaptação dos sistemas, a segurança na remoção e na guarda desses veículos, a fiscalização dos itens de segurança, o reuso das peças e/ou reciclagem no final da vida útil, entre outros fatores, como a distância exigida para estacionamentos com carregador e o risco de descarga elétrica ou incêndios em caso de resgate de vítimas”, acrescentou Santos.
O diretor alertou que a formação de condutores também deve sofrer alterações: “O condutor de veículos elétricos vai passar por uma nova experiência com câmbio automático, sem ruído, e aceleração diferente do veículo à combustão. Esse tipo de experiência vai exigir novas competências para uso dos recursos tecnológicos, mas também no planejamento das viagens (de acordo com as estações de recarga). A condução também necessita de toda uma reeducação em termos de percepção, controle e segurança. Hoje, a legislação não prevê essa especificidade na formação”.
“É natural que a inovação chegue antes, fazendo os órgãos públicos acompanharem as mudanças. Mas esse debate não está mais no futuro e precisamos falar em infraestrutura, regramentos e, principalmente, segurança viária”, disse Santos, anunciando a criação de um grupo de trabalho para fomentar a discussão no Brasil a partir do Rio Grande do Sul. “Vamos envolver universidades, Fenabrave, Corpo de Bombeiros, Centros de Formação de Condutores, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, EPTC, Famurs, entre outras entidades, para propor regramentos que deem conta dessas questões”, concluiu.
Fonte: Governo do RS