No dia dos Namorados, vá comprar pão
O dia dos namorados é uma das datas mais importantes na vida útil de qualquer relacionamento. Este, por hora, serve até como termômetro. São inúmeros os belos casais que ostentam nessa data a parceria, a cumplicidade e o amor propriamente dito. Também – e isso não é discurso clichê – existem, ou melhor, surgem casais […]
O dia dos namorados é uma das datas mais importantes na vida útil de qualquer relacionamento. Este, por hora, serve até como termômetro. São inúmeros os belos casais que ostentam nessa data a parceria, a cumplicidade e o amor propriamente dito. Também – e isso não é discurso clichê – existem, ou melhor, surgem casais de faixada que no apagar das luzes, não são nada.
Neste dia, apenas o que importa é falar de amor. Alguns estudiosos apontam que nos apaixonamos de verdade, apenas três vezes.
Seja a paixão que for, você vê a pessoa e tem aquela sensação de frio na barriga, taquicardia e mãos geladas, quando na verdade, isso nada mais é do que a reação do sistema nervoso frente a uma situação de estresse causada pela adrenalina e noradrenalina agindo no seu organismo, inclusive no intestino.
Se você for solteiro (a) nesta data, não há nada demais nisso! Calme o coração e não bloqueie os casais felizes do Facebook, Sua felicidade não depende de textos bonitos dedicados à outras pessoas.
O amor é a única força que perpassa a afeição por laços. Colocá-lo em prática, chama-se amar… Amar vai desde dividir a conta da Netflix, até permitir-se revelar sua intimidade a outra intimidade. Amar é instantâneo, ao contrário da paixão. Amar está relacionado a uma guilda de adjetivos bonitos e serenos, controláveis e invencíveis.
Talvez, em um começo atípico, eu tenha entendido o porquê somos tão adstritos ao amor… Na padaria, onde sempre costumo mercar meu café da tarde, na minha frente uma moça loira e um casal com bons anos juntos. Curioso, sustei-me a observar… A senhora estava com a cabeça levemente encostada no ombro do senhor. Ele passava a mão nos cabelos já branqueados pelo tempo e ela, no aguardo do pão, o acariciava as costas com a mão direita.
Fiquei absorto com tal cena. Eu, mero escritor, tento fugir de minhas experiências, por hora desastrosas, mas sempre há um alguém, a qual nós queremos descobrir e desvendar o mundo.
O amor é uma galáxia repleta de pessoas pela metade à espera de alguém que saiba transbordar. Voltaire definiu muito bem o amor ao dizer que “ele é uma lona fornecida pela natureza e bordada pela imaginação”. Será que temos decorado – isto é, imaginado – um amor para a nossa vida como merecemos?
E, talvez, tenha conhecido um casal completo, o da padaria. Não sei se quer o nome de cada um, muito menos a profundidade do amor dos dois, mas uma coisa é certa: os dois conheciam a fórmula perfeita da paixão. Com toda certeza já protagonizaram discussões, brigas bobas e muitas cenas hilárias. Também é absoluto afirmar que já tiveram momentos sob a navalha, com o relacionamento por um fio.
E como o amor dos dois sobreviveu? O que você caro leitor não se deu conta é que os dois não respeitavam as regras já estabelecidas. O amor é para ser vivido da maneira que cada um sente. Você nunca entenderá minha paixão por um ser, salienta-se: a mais linda. Nem eu entenderei, por mais explicações e teorias, a sua maneira de amar.
Só peço-lhe uma coisa: seja o que for, numa tarde de quarta, ao lado de quem você ama, vá até a padaria e não esqueça jamais que um dia você já esteve só, na fila do pão.
Admire quem você cativou ou pretende revelar sua admiração. Seja você! E será (ou já é) por ele/a que você esquecerá da palavra rotina. A pessoa que você está “afim” está auroreando o seu coração com aquele olhar.
Luiz G. H. Almeida
Professor de Produção textual- CFNSA
Marketing e Comunicação- CFNSA
Locutor- Rádio Canguçu FM
Bacharelando em Letras/RRT – UFPEL
Bacharelando em Jornalismo- UCPEL