Canguçu, quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Publicação do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária mostra impacto das enchentes no RS

Foram afetadas 19.190 famílias rurais, com 9.158 localidades atingidas.


O Comunicado Agrometeorológico 70, publicado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), descreve as condições meteorológicas ocorridas no mês de maio de 2024 e a relação destas com o crescimento e o desenvolvimento das principais culturas agrícolas.

O documento está estruturado em diferentes partes que abordam as condições meteorológicas, os impactos da enchente e a situação das principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul, como culturas de verão, fruticultura, pastagens e produção animal. Além disso, a publicação traz os prognósticos para o mês de junho de 2024.

O comunicado mostra que o mês de maio foi marcado por volumes extremamente altos de precipitação pluvial em grande parte do Estado, ficando acima dos 300 mm. No entanto, nas áreas Central (região dos Vales e Região Metropolitana), Serra, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte, os valores foram ainda maiores, superando os 500 mm. Os altos volumes impactaram muitos municípios gaúchos. Conforme o Decreto 57.626, de 21 de maio de 2024, foram 456 municípios afetados, sendo 78 em estado de calamidade pública e 348 em situação de emergência.

“No comunicado, os produtores podem observar de forma mais ampla as regiões atingidas pela catástrofe, as regiões com os maiores acumulados de chuva, onde ocorreram os maiores deslizamentos, enchentes e alagamentos”, destacou a agrometeorologista e engenheira agrônoma do DDPA, Loana Cardoso, uma das autoras do estudo. O texto contou também com a participação das agrometeorologistas do DDPA, Ivonete Fátima Tazzo e Amanda Heemann Junges, e do coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), Flávio Varone.

Segundo a estimativa da Emater/RS-Ascar, divulgada em 4 de junho de 2024, observaram-se vários danos em instalações localizadas na zona rural, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Foram afetadas 19.190 famílias rurais, com 9.158 localidades atingidas.

Também há problemas para o escoamento da produção de 4.548 comunidades em razão de estradas vicinais afetadas. A produção primária foi severamente afetada pelas chuvas, e houve perdas significativas em várias culturas. No setor de grãos, destacam-se as perdas na área de culturas de verão, em produtos armazenados e plantios iniciais de inverno. Ao atingir regiões próximas à Região Metropolitana, as chuvas e cheias extremas também geraram danos severos na horticultura e fruticultura.

Mês de junho
A previsão para o mês de junho, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indica chuvas abaixo da média climatológica especialmente na metade sul do Estado e próximo da média na porção norte. A previsão também indica que as temperaturas do ar deverão ser ligeiramente acima da média na metade norte do Estado e próxima da normal ou até mesmo ligeiramente abaixo na metade Sul. Não se descarta, porém, a ocorrência de geadas em algumas localidades.

O Inmet aponta também um processo de transição de El Niño, indo para neutralidade e em breve, durante o inverno em processo de instalação do La Niña.

A publicação

O Comunicado Agrometeorológico é uma publicação mensal da equipe do Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (Laca) do DDPA da Seapi. Neste mês, está completando três anos ininterruptos, com dados mensais de mais de 50 estações meteorológicas de diferentes regiões.

Desde 2022, também publica o Comunicado Agrometeorológico – Especial Biometeorologia, coordenado pelo grupo de pesquisa em Biometeorologia do DDPA, que inclui a Dra. Adriana Tarouco. O material descreve as condições meteorológicas por estações do ano e ocorrência de situações de estresse térmico e estimativas de queda de produção de leite nas diferentes regiões do Estado. Além disso, a publicação aborda técnicas para diminuir os efeitos das altas temperaturas e umidade do ar na produção leiteira, com o intuito de auxiliar na produção agropecuária gaúcha.

“São ferramentas que podem ser usadas por produtores, extensionistas, técnicos, com base em informações ocorridas e para o acompanhamento das condições meteorológicas ao longo do tempo”, destacou Loana.

Fonte: Governo RS