Seguro Agrícola: um investimento que pode garantir a sua produção
*Felipe Michels Caballero As mudanças climáticas que têm pautado discussões mundo afora sobre o futuro do planeta estão deixando o campo das previsões e estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. No campo, as altas temperaturas, o excesso de chuva e, em muitos casos, a falta dela, têm forçado os agricultores não […]
*Felipe Michels Caballero
As mudanças climáticas que têm pautado discussões mundo afora sobre o futuro do planeta estão deixando o campo das previsões e estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. No campo, as altas temperaturas, o excesso de chuva e, em muitos casos, a falta dela, têm forçado os agricultores não somente a se adaptarem ao clima instável, mas também a se precaverem financeiramente dos estragos que essa realidade tem trazido.
Diante deste cenário, os seguros agrícolas representam uma alternativa importante para garantir a tranquilidade dos produtores haja vista atenderem uma ampla gama de culturas e oferecerem proteção contra praticamente todos os riscos climáticos.
Atualmente, 12 seguradoras estão ofertando as mais diversas soluções no mercado, com coberturas que variam desde ameaças pontuais como granizo, por exemplo, até outras mais completas que incluem o risco de preço do produto. A expectativa é de que nos próximos anos a oferta de produtos seja ainda maior com a entrada de novas seguradoras em busca de diversificação dos seus nichos de negócios.
Tão importante quanto falar de futuro é preciso estar ciente do que se tem no presente. Foram inúmeros os avanços obtidos em produtos nos últimos anos, o que têm oportunizado produtos muito mais atrativos e aderentes às necessidades dos produtores. Adequações de taxas, liberações de novas culturas, coberturas e aumento dos percentuais de contratação em relação a produtividade esperada são apenas alguns dos exemplos das melhorias realizadas. Para se ter uma ideia, enquanto no passado os níveis de cobertura permitidos (aplicáveis sobre a Produtividade Esperada do IBGE) variavam entre 50% e 70% da média histórica do IBGE, hoje estes percentuais oscilam entre 65% e 85%, dependendo da seguradora e da região de risco.
Importante lembrar também a relevante contribuição do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que desde o decreto que o regulamentou em 2004 tem apoiado financeiramente os produtores rurais mediante o pagamento de uma parte dos seus prêmios de seguros. Apesar de os valores dos últimos anos não terem sido suficientes para o atendimento pleno da demanda, muitos produtores só puderam contratar seus seguros por conta do subsídio governamental. Para o próximo ano as perspectivas são extremamente positivas em razão da previsão de R$ 1 bilhão em recursos para subvenção, valor recorde no Programa.
A combinação entre evolução do mercado de seguros agrícolas com o amadurecimento do PSR também tem beneficiado os produtores. Exemplo claro disso está na quantidade de apólices e culturas subvencionadas: Se em 2006 o Programa beneficiou em torno de 21 mil apólices distribuídas em 4 culturas, em 2018 atendeu mais de 63 mil apólices distribuídas em mais de 70 culturas.
A aceleração deste contexto de evolução e desenvolvimento depende essencialmente da formação de uma cultura de seguros consistente, que possibilite a massificação dos riscos no maior número de produtores, culturas e regiões possível. A partir disso é que a mutualidade fará a sua parte, dando o conforto necessário para que seguradoras e resseguradoras viabilizem, além de novas melhorias, a oferta de coberturas e condições que hoje não são tecnicamente viáveis.
*Felipe Michels Caballero é gerente da gerente da Corretora de Seguros Sicredi