Prefeito eleito de Canguçu critica contrato da atual gestão com a CORSAN

O prefeito eleito de Canguçu, Arion Braga, criticou duramente o contrato firmado pela atual administração com a Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN). Em entrevista para a Rádio Liberdade, Braga classificou o acordo como “vergonhoso” e “vexatório”, destacando que a negociação foi realizada às vésperas das eleições e sem a aprovação da Câmara de Vereadores, o que, segundo ele, pode tornar o contrato ilegal.

De acordo com Braga, a prefeitura recebeu cerca de R$ 4,5 milhões, além da quitação de uma dívida do hospital local com a CORSAN, estimada em quase R$ 2 milhões. No entanto, o prefeito eleito afirma que os valores obtidos são irrisórios comparados às concessões feitas à empresa, que incluem a extensão do contrato para 40 anos e a criação de uma nova taxa de saneamento básico, que passará a ser cobrada dos moradores já no próximo ano.

“Canguçu é um dos municípios onde a CORSAN mais fatura, e recebemos uma mixaria. Outros municípios, bem menores, receberam valores muito superiores”, criticou Braga, acrescentando que a falta de transparência na assinatura do contrato reforça dúvidas sobre sua legalidade.

Braga prometeu buscar os meios legais para revisar o acordo. Ele planeja uma reunião com a alta direção da CORSAN nos primeiros dias de seu governo e pretende lutar para adequar o contrato, de forma a minimizar os impactos para a população. “Nós vamos cobrar muito e garantir que a CORSAN entregue um serviço de qualidade, especialmente na questão do saneamento básico”, garantiu.

A transição entre a gestão atual, comandada pelo prefeito Vinícius Pegoraro, e a equipe de Braga tem ocorrido de maneira harmônica, segundo o prefeito eleito. Apesar das críticas ao contrato com a CORSAN, Braga reconheceu o respeito mútuo no processo de transição.

Até a publicação desta matéria, o atual prefeito de Canguçu, Vinicius Pegoraro, não respondeu à reportagem do Canguçu Online.