Safra de tabaco 2020/2021 fecha em 628.489 toneladas
A produção sul-brasileira de tabaco da safra 2020/2021 chegou a 628.489 toneladas. Os números foram finalizados esta semana pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e são obtidos por meio de pesquisas realizadas durante a safra junto aos produtores de tabaco. A variedade Virgínia chegou a 572.732 toneladas; o Burley, 49.260; e o Galpão Comum, […]
A produção sul-brasileira de tabaco da safra 2020/2021 chegou a 628.489 toneladas. Os números foram finalizados esta semana pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e são obtidos por meio de pesquisas realizadas durante a safra junto aos produtores de tabaco. A variedade Virgínia chegou a 572.732 toneladas; o Burley, 49.260; e o Galpão Comum, 6.497 toneladas.
COMPARATIVO PRODUÇÃO SUL-BRASILEIRA E POR ESTADO
COMPARATIVO ÁREA SUL-BRASILEIRA E POR ESTADO
COMPARATIVO PRODUTIVIDADE SUL-BRASILEIRA E POR ESTADO
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, faz uma análise comparativa entre as safras 2019/2020 e 2020/2021. “Levando em consideração o Sul do Brasil, em termos de área, houve uma redução de 5,9%, ou seja, 290.397 ha na 2019/2020 para 273.317 ha. Já a produção caiu 0,7%. Numa análise por estado, o Rio Grande do Sul aumentou a produção em 16,5%. Embora a área tenha caído 2,9%, tivemos um aumento de produtividade de 20%, ou seja, produzimos 243.414 toneladas em 2019/2020 e aumentamos para 283.479 toneladas, dando uma participação de 45,1% na produção do Sul do Brasil. A grande diferença no Rio Grande do Sul ocorreu na produtividade, que, em 2019/2020 foi de somente 1.919 kg/ha, uma consequência do excesso de chuva causado no desenvolvimento da planta nos meses de outubro e novembro de 2019. Na safra que está encerrando, atingimos uma produtividade de 2.302 kg/ha. Em Santa Catarina, a produção reduziu em 12%, de 215.426 toneladas na 2019/2020 e 189.637 toneladas, com uma participação na produção do Sul do Brasil de 30,2%. Houve uma redução de área de 9,2% e uma redução de 3% na produtividade, de 2.421 kg/h em 2019/2020 para 2.348 kg/ha. Uma das causas da redução na produtividade foi o alto índice de granizo nas lavouras de Santa Catarina, principalmente, no Vale do Itajaí. No Paraná, a produção teve uma redução de 10,8%, de 174.181 toneladas para 155.373 toneladas na 2020/2021, com uma participação de 24,7% na produção do Sul do Brasil. Houve uma redução de área de 6,9% e na produtividade, uma queda de 4,2%, passando de 2.337 hg/ha para 2.238 kg/ha na 2020/2021. No estado paranaense, também tivemos queda de granizo e, algumas áreas, sofreram com a estiagem”.
COMPARATIVO PREÇO SUL-BRASILEIRO E POR ESTADO
O preço médio praticado, no Sul do Brasil, na safra 2019/2020 foi de R$ 8,86 por quilo e o praticado em 2020/2021 foi de R$ 10,54, um aumento de 19%. No Rio Grande do Sul, o preço médio da safra passada foi de R$ 8,73 o quilo e na safra 20/21 de R$ 10,62, um aumento de 21,7%. Em Santa Catarina, o preço médio foi de R$ 9,18 por quilo na safra passada e de R$ 10,41 por quilo na 20/21, um aumento de 13,5%. No Paraná, o preço médio da safra passada foi de R$ 8,66 o quilo e nesta, R$ 10,54 o quilo, um aumento de 21,7%.
Werner destaca que os percentuais de aumento no Rio Grande do Sul e no Paraná foram superiores aos de Santa Catarina. “Isso se deve pelos preços mais baixos praticados na safra 2019/2020 nestes dois estados. Os preços praticados nesta safra, percentualmente, foram superiores aos percentuais concedidos no aumento na tabela de preço. Isto porque os preços praticados na safra 19/20 foram muito baixos, em relação aos percentuais concedidos, na época, no aumento na tabela de preço. Lembramos, mais uma vez, que, embora os percentuais parecem ser favoráveis, temos que ressaltar que os preços praticados na safra 2019/2020 foram extremamente baixos. Também não queremos afirmar que os preços praticados na safra 20/21 foram favoráveis ao produtor, uma vez que tivemos muita insatisfação dos produtores pela rigidez na compra até meados de maio deste ano.
Já a receita bruta do tabaco, no Sul do Brasil, em 2019/2020 foi de R$ 5.609.341.172,00 e em 20/21, R$ 6.623.443.364,00. “Tivemos, portanto, um aumento na receita bruta, de R$ 1.014.102.192,00. Mesmo com a redução de área plantada, de 5,9%, a receita do produtor foi de 18,1% a mais. Neste total, em 20/21, o Rio Grande do Sul participou com R$ 3.011.551.073,00, o que representa 45,5% do Sul do Brasil. Santa Catarina obteve uma receita bruta de R$ 1.974.509.604,00, representando 29,8%. No Paraná, a receita bruta chegou a R$ 1.637.382.686,00, representando 24,7%”, finaliza Werner.
SAFRA 2021/2022 – A estimativa de produção para a safra 2021/2022 será finalizada no fim do mês de outubro. Porém, já se projeta uma queda, na área, em média, no Sul do Brasil, de 10%.
Custo de Produção
A pesquisa para o custo de produção para a safra 2021/2022 está sendo realizada em conjunto entre a representação dos fumicultores – Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Federações da Agricultura (Farsul e Faesc) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) – e cada empresa fumageira. Werner explica que a modalidade de apuração foi uma condição da representação dos produtores, ao fim da negociação de preço da safra passada. “Ano após ano, quando chega na época de negociar o preço do tabaco, chegamos ao impasse dos custos de produção apurados por nós, entidades, ter divergência com os apurados pelas empresas. Assim, com a pesquisa apurada em conjunto, as informações prestadas pelo produtor sorteado servem tanto para a apuração do custo pelas empresas, como, também, o apurado pelas entidades, evitando, assim, as discussões de valores informados, como era feito em anos anteriores”.
Excepcionalmente para a próxima safra, a primeira e a segunda etapas serão realizadas numa primeira visita, que estão ocorrendo de 20 de agosto até 15 de setembro. E a terceira e última, será realizada de meados de outubro até fim de novembro. “Esta última etapa tem uma importância muito grande, pois é o período que temos o maior uso da mão de obra e, também, o próprio valor da lenha, que são dois itens que pesam muito no cálculo do custo de produção. Por isso que iniciamos a negociação para definir o preço do tabaco para a safra somente em dezembro”, explica Benício, ressaltando, também, que os produtores pesquisados são definidos por meio de sorteio, obedecendo, rigorosamente, critérios científicos e regras estatísticas de amostragem.
O presidente da Afubra ainda enfatiza que o produtor que tiver alguma dúvida sobre a sistemática da pesquisa sobre o custo de produção pode entrar em contato com o Departamento Técnico da Mutualidade da entidade, tanto na matriz como nas filiais. “Nossa equipe sempre está à disposição para explicar o trabalho que está sendo realizado”, finaliza Benício.
Fonte: Jorn. Luciana Jost Radtke/Gráficos: Marketing da Afubra/Foto: Arquivo/Afubra