Próximos três meses serão de chuvas frequentes e acima da média
Notas técnicas do INMET E CEMADEN sinalizam que o fenômeno “El Niño” será o causador dos acumulados expressivos de chuva.
A chuva volumosa e frequente continuará na realidade dos canguçuenses pelos próximos três meses. As altas probabilidades de precipitações frequentes e acima da média histórica serão intensificadas pelo fenômeno conhecido como “El Niño”, de acordo com as notas técnicas divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN).
O El Niño é um aquecimento anormal que ocorre em uma vasta extensão do Oceano Pacífico Tropical. O fenômeno faz parte de um ciclo natural mais amplo, que inclui estados de resfriamento (La Niña), condições neutras e o aquecimento superficial do Oceano Pacífico Tropical e pode ocorrer em intervalos que variam de 2 a 7 anos, mas não segue um padrão. O último episódio de El Niño intenso aconteceu nos anos de 2015 e 2016.
O que diz o INMET?
Por meio de duas notas técnicas, o Instituto Nacional de Meteorologia informou que a previsão para a Região Sul indica maior probabilidade de chuva acima da média histórica, refletindo as características típicas de El Niño sobre o Brasil. As temperaturas no Estado deverão ser mais amenas devido ao número de dias consecutivos com chuva.
Na agricultura, a previsão de excesso de chuva nos próximos meses pode intensificar o excedente hídrico, causando o encharcamento do solo e, consequentemente, prejudicando a colheita da safra de inverno e o início do plantio das
culturas de grãos.
O que diz o CEMADEN?
De acordo com a Nota Técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o Rio Grande do Sul possui um grande histórico de eventos de inundação ao longo dos tempos e a geografia do estado, com a extensa rede de rios e planícies, caracteriza- o como propenso a inundações durante períodos chuvosos intensos.
Os gaúchos têm enfrentado uma média de mais de 50 eventos (inundações, enxurradas e alagamentos) por ano, afetando uma média de aproximadamente 150 mil pessoas e com danos totais estimados em mais de 3 bilhões de reais nos últimos 20 anos.
O órgão ainda informa que, em termos de minifúndios, o Estado apresenta 88% dos municípios com mais de 80% de suas áreas agroprodutivas impactadas, devido as chuvas intensas entre os dia 1º e 5 de setembro.